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Viola de cocho

Cordofone composto, ou seja, o suporte das cordas e o ressonador forma um todo integral, indissociável. Alaúde com braço colado: o cabo é acoplado ao ressonador em forma de caixa.
publicado: 20/04/2021 20h00, última modificação: 30/08/2021 01h06

Viola de cocho s. f. A viola de cocho é uma variação da viola de dez cordas utilizada tradicionalmente nos gêneros cururu e no siriri, manifestações culturais relacionadas à religião e brincadeiras, no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Seu nome advém por ser construída artesanalmente escavada à madeira, de forma semelhante à confecção dos cochos que servem para servir alimento aos animais.

Apresentam cerca de 70 cm de comprimento e 25 cm de largura, e 10 cm de altura na caixa de ressonância. Pode possuir um pequeno furo circular no tampo, de 0,5 a 1 cm de diâmetro, não sendo regra. “Sem o furo, dizem, guardam seus mistérios e não servem de abrigo a animais peçonhentos” (BRASIL, p. 21). As madeiras escolhidas preferencialmente para confeccionar o corpo do instrumento, tradicionalmente, são a ximbuva e o sarã-de-leite; no entanto, hoje são utilizadas a mangueira, o cedro rosa e o cajá-manga. Utiliza-se cedro, mogno, aroeira e outras madeiras para o espelho, cravelhas e pestanas; a raiz de figueira e a teca (madeira asiática utilizada na construção de embarcações) são utilizadas para o tampo. Como cola, há o uso tradicional de batata-de-sumaré, ou o grude (composto à base de bexiga natatória de piranha - a “poca” de piranha). Pode apresentar-se com cinco cordas simples; também é possível a configuração de quatro cordas simples e um par de cordas afinadas em oitava, na terceira ordem. As cinco cordas que compõem o instrumento são denominadas: prima, contra, corda do meio, canotio e resposta. Há duas afinações possíveis: canotio solto e canotio preso, que correspondem a, respectivamente, de baixo para cima, lá-mi-si-lá-ré e lá-mi-si-sol-ré. (BRASIL, p. 21-23)



Referências audiovisuais:

Poconé - Viola de Cocho, Cururu e Siriri

 

Referências:

FERREIRA, Marta Martines. Viola-de-cocho pantaneira: história e memória. IN: ESPAÇO E CULTURA, n. 40, p. 99-112, JUL./DEZ. DE 2016. Rio de Janeiro: UERJ. Disponível em: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/espacoecultura/ acesso em 28/08/2021.

VIANNA, Letícia. O caso do registro da viola-de-cocho como patrimônio imaterial. Sociedade e cultura: revista de pesquisas e debates em ciências sociais, v. 8, n. 2, p. 53-62, 2005.

BRASIL. Dossiê IPHAN 8: Modo de Fazer Viola-de-Cocho. Disponível em <http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Dossie_modo_fazer_viola_cocho.pdf> Acessado em 30/08/2021.