Novo doutor: cerimônia da UFPB concede Honoris Causa a Oliveira de Panelas

Aconteceu ontem (09.06), no auditório da Reitoria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a cerimônia de concessão do título de Doutor Honoris Causa ao repentista, cordelista e escritor Oliveira Francisco de Melo, mais conhecido por seu nome artístico: Oliveira de Panelas. 

O evento teve abertura do também repentista Paulo Cruz, que se apresentou junto com Oliveira de Panelas durante a cerimônia, e falas da reitora Terezinha Domiciano, que presidiu a solenidade, e da pró-reitora de extensão, Bernardina Freire. E, claro, muita poesia por parte do homenageado. Vestido de beca e capelo azuis, cor que simboliza as ciências humanas, ele exibiu orgulhoso o diploma recebido, recitou versos rimados e disse que aquele era um dos momentos de maior emoção de sua vida. “Me sinto noutro mundo sem sair da terra”, disse.

O título de Doutor Honoris Causa é concedido pela UFPB a personalidades eminentes que tenham se distinguido por sua atuação em favor das Ciências, das Letras, das Artes, ou da Cultura. É exatamente o caso de Oliveira de Panelas, como destacou Terezinha. Para ela, os versos do cantador trazem consigo a riqueza da cultura nordestina, com uma sensibilidade aguçada para temas sociais e humanos. “Sua trajetória levou a cantoria a um nível de reconhecimento nacional e internacional sem precedentes”, destacou.  

A reitora também revelou como o homenageado acabou fazendo parte de sua história de vida. “No sítio onde morávamos, o rádio de pilha sempre ficava ligado e escutávamos grandes repentistas, entre eles, Oliveira de Panelas, de quem meu pai era um admirador”, lembra. Ela contou inclusive que o repentista foi chamado para aparecer de surpresa no aniversário de 80 anos de seu pai. “Era para ser só uma fala, mas eles se deram tão bem que Oliveira de Panelas passou três dias lá”, afirmou. 

Já a pró-reitora de extensão ressaltou a importância do título no contexto da atual gestão, que trabalha na construção de uma universidade viva e plural, a qual não seja voltada apenas para dentro de si. “Desde a década de 1960, a cultura popular tem ganhado relevância na academia, sendo vista como um caminho para a emancipação. Cabe então à Universidade promover o diálogo entre o saber popular e o saber científico”, defendeu.           

A proposição da honraria foi das professoras Bernardina Maria Juvenal Freire de Oliveira e Maria Elizabeth Baltar Carneiro de Albuquerque, ambas do departamento de Ciência da Informação da UFPB.